Embora não haja uma definição específica dos princípios básicos da
Doutrina Espírita (falam-se em 5 princípios, em 7, ainda em 10, e até
mesmo em 15), de forma geral nos estudos doutrinários são citados 5
princípios, os quais podemos aclarar sem qualquer questionamento:
- Existência de Deus.
Allan Kardec colocou logo no início de 0 Livro dos Espíritos um
capítulo que trata exclusivamente de Deus. Com isso pretendeu significar
que o Espiritismo se baseia, em primeiro lugar, na ideia de um Ser
Supremo. O Espiritismo, portanto, tem na existência de Deus o princípio
maior, que está na própria base desta Doutrina. Sem pretender dar ao
homem o conhecimento da Natureza íntima de Deus, permite-se argumentar
que prova a Sua existência a realidade palpitante e viva do Universo. Se
este existe, há de ter um divino Autor.
- A Existência e a Sobrevivência do Espírito.
Para a Doutrina Espírita, os Espíritos são "os seres inteligentes da
criação. Povoam o Universo, fora do mundo material, " É importante
esclarecer que a Codificação Espírita emprega a palavra Espírito para
designar os seres humanos desencarnados (extracorporeos). Em
contrapartida, usa-se a palavra alma para designar os encarnados. Os
Espíritos ou almas representam o elemento inteligente do universo, ou
seja, são "a individualização do princípio inteligente, como os corpos
são a individualização do principio material". Após a morte do corpo
físico - também chamada desencarnação -, a alma volta a ser Espírito,
isto é, "volve ao mundo dos Espíritos, donde se apartara
momentaneamente."
- A Reencarnação.
"A alma (Espírito) depois de residir temporariamente no Espaço,
renasce na condição humana, trazendo consigo a herança, boa ou má, de
seu passado; (..) reaparece na cena terrestre para (..) pagar dívidas
que contraiu, conquistar novas capacidades que lhe hão de facilitar a
ascensão, acelerar a marcha
para a frente. A lei dos renascimentos explica e completa o princípio da imortalidade" (..)
Não se pode compreender que o Espírito, destinado à perfeição, consiga
realizar toda sorte de progresso numa só existência física. Os próprios
fatos do dia-a-dia rejeitam tal ideia. "(...) Devemos ver na pluralidade
das vidas da alma (do Espírito) a condição necessária de sua educação e
de seus progressos. É à custa dos próprios esforças, de suas lutas, de
seus sofrimentos, que ela se redime de seu estado de ignorância e de
inferioridade e se eleva, de degrau a degrau (..)"
- A pluralidade dos mundos habitados.
A Doutrina Espírita ensina que os globos do Universo podem ser
habitados, apesar da não-comprovação da Ciência Oficial: "( ... ) Deus
povoou de seres vivos os mundos, concorrendo todos esses seres para o
objetivo final da Providência. Acreditar que só os haja no planeta que
habitamos fora duvidar da sabedoria de Deus, que não fez coisa alguma
inútil. Certo, a esses mundos há de Ele ter dado uma destinação mais
séria do que a de nos recrearem a vista. Aliás, nada há, nem na posição,
nem no volume, nem na constituição física da Terra, que possa induzir à
suposição de que ela goze do privilégio de ser habitada, com exclusão
de tantos milhares de milhões de mundos semelhantes."
- A comunicabilidade dos Espíritos.
A comunicabilidade dos Espíritos é feita através da mediunidade,
faculdade psíquica que todo ser humano possui, mais ou menos
desenvolvida, isto :"( ... ) Todo aquele que sente, num grau qualquer, a
influência dos Espíritos é, por este fato, médium. Essa faculdade é
inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por
isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuem alguns rudimentos
( ... ). Todavia, usualmente, assim só se qualificam aqueles em quem a
faculdade mediunica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos
patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização
mais ou menos sensitiva."